— Profissão? — a moça me pergunta.
— Sou chato!
— Chato! — Como chato?
— Chato, ué! Mala sem alça, pentelho, chato, chato, chato. Só faço o que quero e quando quero. Só gosto do que gosto e quando gosto. Só amo o que amo e quando amo. Só penso o que penso e e quando penso. Sou chato, chatonildo, chatornaldo, chatotô. Sou pé no chato! Sou mais que chato, sou chato com aço, sou chataço!
— Você só é você — diz a moça.
— Eu comigo, sim. Para o outro, sou chato. Mas tudo bem, escreve isso no formulário. Profissão: eu!