ÍNDICE A-Z

A
C
P
V

Tag: Problema

— Toma pra você.
— O que é isto, pai?
— É um problema.
— O que faço com isso?
— Sei lá! Se vira!
— Quero não, obrigado.
— Tarde demais, é seu.
— Como meu?
— Dei está dado.
— Já bastam os meus.
— Entendo, por isso te dei esse.
— Como assim?
— Devemos repartir o que temos.
— Você só tem problemas.
— Tinha! Muitos! Dei a maioria.
— Quer dizer que você guardou alguns problemas com você.
— Claro! Esse é o segredo.
— Não entendo.
— Se você der todos seus problemas não vai ter nada com o que se ocupar e isso será um enorme problema.
— Com quais você ficou?
— Só com os mais simples: regar as plantas, fazer café, etc…
— Do que se trata esse problema que você me deu?
— É um problema metafísico.
— Você não se interessa mais por esses assuntos?
— Nunca me interessei! Esse problema veio na herança. Seu bisavô era filósofo e passou o problema para o meu pai e meu pai me deu quando tinha catorze anos. É uma joia de família.
— Pai, sou homem, não uso joias.
— Problema seu!

Não se tratava de um evento para medir filhotes de galinhas. Era pinto mesmo. Daqueles que os humanos do sexo masculino possuem e se orgulham tanto de possuí-los. Principalmente depois que Freud fez dele – o pinto – uma espécie de “eu tenho você não tem”. Era a versão Rambo do Concurso de Miss Universo. A disputa se dava através da medição. O candidato colocava o pinto sobre a mesa milimetrada e media o tamanho, depois colocava sobre a balança para medir a massa. O número somado e dividido era a nota.

Durante a medição muitos pintos caíram por terra, sobretudo daqueles que gozavam com o pau dos outros. Políticos, jogadores de futebol, artistas, empresários, fazendeiros, jornalistas, publicitários e toda sorte de supostos pintudos ficaram só na propaganda.

Ganhou um pintudo da alta sociedade. Competidores das classes sociais inferiores reclamaram de propina. O vencedor subiu no pódio e mostrou o pinto para todo mundo. Ele era o cara, o maior pinto do mundo. Claro que na hora do discurso, o Mister Pinto não pediu a paz no mundo. Ele disse… (melhor não dizer o que ele disse)… mas todos aplaudiram e ele ficou de pau duro.

Tem cara de santo, eu sei! Era mano de Jesus Cristo, tô ligado! Seus seguidores são mais fieis que os seguidores do Felipe Neto, pode crê! Mas adora mijar no rolê dos skatistas. Já faz uma semana que está mijando sem parar. Issae não é normal. É incontinência urinária. É falta de frauda geriátrica. É falta de penico debaixo da cama.

O que sobra para um skatista fazer quando está chovendo? Treinar olie no tapetinho? Treinar manual com shape velho na garrafa pet? Andar de fingerboard? Jogar videogame do Tony Hawk?

Quero denunciar esse santo por mau comportamento. Chega de mijar no rolê! O skatista limpa os rolamentos, troca a lixa e vai dormir com o céu estrelado. Quando acorda a rua está mais alagada que o banheiro do Rock in Rio. Népussiver! Será que o céu fica tão longe do chão que não dá para ver que a rodinha do skate escorrega na pista molhada?

Esse descaso não pode continuar! Se esse senhor insistir em floodar a rua com a água do seu joelho, vamos floodar o perfil dele com tutoriais de kick flip e fotos da Raissa Leal nas olimpíadas. Todos contra as atividades urinárias de São Pedro. Tmj! Bora lá!

Murphy me pegou pelo pé, quebrou a corda do violão, fez minha namorada viajar, sumiu com meu dinheiro
e cortou a eletricidade. Meu domingo caiu com a manteiga virada para baixo. Pulei de Murphy para Paulo Coelho e assumi que tudo estava acontecendo por um motivo maior.

Impossibilitado de olhar pela janela eletrônica, fui olhar pela janela de cimento. A noite estava de pijama. A luz dos apartamentos acesos, contrastando com os apagados, criavam uma novela binária. Sentado na plateia escura, fiquei imaginando que atrás de cada pedaço de breu, existiam olhos acesos
como os meus.

No dia seguinte, troquei a corda do violão, minha namorada voltou e encontrei o dinheiro na gaveta das cuecas. Talvez tenha mesmo um motivo maior.

É porque te colocaram na última carteira e te amarraram junto com os cachorros. É porque Clementina amava Oswaldinho. É por causa da teta seca e da fralda molhada. É porque Adão e Eva comeram a maçã. É porque você tem o pinto pequeno. É porque seu pai saiu para comprar cigarros e não voltou. É por causa do violão voando pela janela. É porque a música do Geraldo Vandré perdeu para música do Chico Buarque. É porque você apanhou de cinta vermelha. É por causa do pão com língua. É porque você carrega um buraco entre as pernas e um alvo nas costas. É por ter ficado preso no porta retratos. É por ter perdido a virgindade com um sapo. É porque foi obrigado a decorar a fórmula de bhaskara e a tabela periódica. É porque o papai noel passou o natal rindo como uma hiena e andando de quatro como uma rena. É porque sua fé morreu. É porque você é pobre, preto e gay. É por tudo que não quer calar e está congelado abaixo da linha do mar. Mas não é por política. Não minta para si dizendo que é por política. Nunca foi! Nunca será!

O acordo tácito é colocar um ou dois. Quando ambos colocam quantidades iguais, sendo que 1+1=2 e 2+2=4, dá par. Quando colocam quantidades diferentes, sendo que 1+2=3 e 2+1=3, pois a ordem dos fatores não altera o produto, dá ímpar.

Simples! Zero bronca! Mas entre aqueles dois não havia acordo. Eram dois mãos de vacas tirando par ou ímpar e decididos a economizar até os dedos. Ambos colocaram a mão fechada. Resultado, deu zero. E foi assim que tudo começou.

— Zero é par!
— Zero é neutro!
— Deixa de ser burro, zero é par!
— Burro é você, zero é zero!
— Pergunta para o fulano, ele sabe.
— Fulano, zero é par ou ímpar?
— Não sei! Tira de novo!
— Nem fodendo, zero é par, eu ganhei!

A discussão docente visava colocar a bola em movimento, mas só estava servindo para mantê-la parada. Para tirar o jogo da inércia, alguém pegou um celular e foi pesquisar no Google.

— Zero é par! — disse o pesquisador.

Está surpreso, caro leitor? Perplexo? Não sabia que zero é par? Nem eu! Mas foi assim, por deliberação do Google, que zero ficou par e finalmente o jogo começou.

Ingredientes:

300 gramas de sal grosso
1 saco plástico (dos grandes)
1 caderno
1 lápis
1 cadeira
1 régua de 30 cm
1 giz branco
1 caneca
1 mala sem alça

Preparo:

Durante um mês, toda vez que sentir vontade de reclamar de algo, pegue o lápis e escreva no caderno qual é o certo. Por exemplo: “O certo é ter papel higiênico no banheiro; o certo é não mentir; o certo é amar o próximo; o certo é parar no sinal vermelho; etc”.

No fim do mês, pegue o sal grosso e jogue dentro da mala sem alça.

Acrescente água até o limite.

Tire a roupa do corpo e tome um banho de caneca com a água da mala.

Depois do banho, ainda pelado, pegue a régua, coloque-a sobre o assento da cadeira e trace uma reta com o giz branco.

Sente-se pelado na cadeira colocando o cu na reta.

Pegue o caderno e leia o que escreveu durante o mês.

Enquanto estiver lendo, cada vez que virar uma página do caderno, assopre todo ar que tiver no pulmão dentro do saco plástico.

Quando terminar de ler, levante-se da cadeira, pare de encher o saco e seja a mudança que quer ver no mundo.

Ingredientes:

1 caixa de amido de milho Mãe Zena
1 saco de pipoca
1 tesoura
1 boneco voodoo do seu chefe
1 despertador quebrado
100 gramas de sal
1 caixa de chocolate do padre
Primeira e segunda temporada da sua série preferida de televisão (lost, friends, os normais, etc)
1 batom vermelho
1 folha de papel sulfite
1 lata de óleo de semente de girassol

Preparo:

Domingo a noite, ao invés de assistir fantástico, assista a primeira temporada da sua série preferida de televisão.

Antes de dormir, pegue a tesoura e corte o fio do telefone.

Ajuste o despertador quebrado para hora de acordar.

Na segunda feira, durma até o despertador tocar. Se o despertador não tocar, durma o tanto que quiser.

Assim que acordar, pegue o amido de milho Mãe Zena, o chocolate do padre, e prepare um mingau. Com uma colher de sopa, despache vagarosamente o mingau goela adentro.

Pegue o batom vermelho, a folha de papel sulfite e vá até o parque mais próximo de sua casa.

Procure um lugar bem ensolarado, coloque a folha de papel sulfite no chão e desenhe a letra “A” na folha usando o batom.

Terminado o desenho, incorpore o Dr Bezerra de Menezes (ou Dr Drauzio Varella). Se ajoelhe e bata três vezes com a testa na letra A.

Almoce num restaurante no caminho de volta.

Chegando em casa, tire um cochilo.

Assim que acordar, pegue o boneco voodoo do seu chefe, o óleo de semente de girassol e a pipoca.

Jogue o óleo e a pipoca numa panela. Ligue o fogo.

Quando o óleo estiver fervendo, pegue o boneco voodoo e convide-o para assistir a segunda temporada da sua série preferida de televisão.

Mexa a cabeça do boneco para frente e para trás usando o dedo e ventriloquamente faça-o dizer: “Claro! Eu adoro (complete com o nome da sua série preferida)!”.

Leve o boneco para o sofá, despeje a pipoca num balde, coloque sal a gosto e passe a tarde assistindo televisão.

Na terça-feira, quando seu chefe vier lhe cobrar a falta da segunda, lhe entregue o “A” testado pelo Dr Bezerra de Menezes.

Ingredientes:

Vergonha (em pó)
2 atitudes (em cápsulas)
1 caneta esferográfica
1 cartela de etiquetas (24 unidades)
1 mundo inteiro
2 dúzias de bonecos voodoo
1 MP3 da música “Manhãs de Setembro” com Vanusa
1 mochila
1 caixa de sapatos cheia de esperanças (insetos verdes)1 estilete
1 espelho

Preparo:

Ainda em jejum, assista o telejornal da manhã. Durante o telejornal, olhe no espelho. Quando terminar o telejornal, passe um pouco de vergonha na cara.

Pegue a caixa de sapatos e despeje todos os insetos verdes (esperanças) dentro da mochila. Aliás, não todos, guarde um dentro do seu bolso.

Faça um rasgo no fundo da mochila com o estilete para que os insetos possam escapar.

Tome uma atitude.

Coloque a mochila nas costas e ande pela cidade.

Perca as esperanças na igreja, na prefeitura, na escola, no cinema, no exército, na farmácia, no comércio, no jornal, na cartomante, no banco, no fórum, enfim, em tudo. Fique apenas com a esperança em você.

Volte para casa.

Com a caneta esferográfica, escreva o nome das pessoas com quem você mais convive nas etiquetas. Por exemplo: Luiz, Maria, Alberto, Gervásio, Solange, Verônica, etc.

Nas últimas sete etiquetas, escreva o nome das sete notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.

Cole as etiquetas nos bonecos voodoo e espalhe-os ao redor do mundo inteiro.

Coloque a música da Vanusa para tocar no ambiente.

Pegue o boneco voodoo que recebeu o nome da nota musical “si”.

Tome outra atitude.

Coloque “si” no lugar dos outros. Por exemplo, coloque “si” no lugar de Luiz, coloque “si” no lugar de Maria, coloque “si” no lugar de Gervásio, coloque “si” no lugar de Solange.

Por fim, coloque “si” no lugar do mundo inteiro.

Repita tudo até os resultados passarem no telejornal.

Ingredientes:

1 caixa de Bis
1 pacote de Doritos,
Edição completa do seriado Lost.

Preparo:

Coloque o primeiro episódio da primeira temporada do seriado Lost no seu aparelho de DVD.

Sente-se no sofá.

Coloque a caixa de Bis e o pacote de Doritos no seu colo.

Aperte o play e comece a assistir o primeiro episódio.

Não coma nenhum Bis antes dos 10 primeiros minutos de filme.

Passado 11 minutos, abra a caixa de Bis e coma um, só um.

Mantenha a caixa no seu colo.

Passado 21 minutos, abra o pacote de Doritos, pegue um pedaço quebrado e coma um, só o pedaço quebrado. Feche o pacote, mas o mantenha no seu colo.

Atenção! Não coma mais nenhum Bis ou Doritos até o fim do episódio.

Terminado o episódio, se questione sobre a trama.

Imagine qual é o mistério da ilha. Por que será que o avião caiu? Porque aquelas pessoas e não outras? O que significam as esquisitices e coincidências?

Faça isto com o controle remoto na mão até sentir coceira nos dedos.

Depois coloque o dedo indicador sobre o botão do power e aperte-o, desligando o DVD.

Guarde a caixa de Bis e o pacote de Doritos na dispensa.

Repita o processo diariamente durante três meses.

ATUALIZAÇÃO 2.0.2.1:

(1) Pode substituir o DVD por Netflix, ou outro serviço de stream.
(2) Pode substituir o seriado Lost por Stranger Things, ou outro seriado de suspense similar.

Matar o outro não resolve. Você mata um e vem outro. O mato, por exemplo. Não adianta matar o mato. O mato é imatável. O mato é eterno. Você corta o mato e o mato já ressuscitou. A eternidade do mato sempre vence você. Então, ao invés de revólver, experimente dialogo.

No caso do mato, não em português, converse no idioma da jardinagem. Por exemplo, se você quiser dizer ao mato que o jardim está uma bagunça, ou que o lugar dele não é no canteiro de rosas, pegue um tesourão e expresse sua opinião. O mato crescendo novamente é ele respondendo para você. Pegue o tesourão e prossiga na conversa. 

Bater papo é uma ótima maneira de matar o tempo e cultivar relacionamentos. Dialética serve para isto. Dialética é o oposto do revólver. Dialética resolve. O revólver mata qualquer possibilidade de relacionamento.

Dialogue com o mato. Você irá descobrir que nem o mato precisa matar você, nem você precisa matar o mato. Depois expanda seu relacionamento dialético para outros outros, muitos outros, até que não sobre nenhum outro para você matar. Caso resolvido! Você matou o revólver e está pronto para viver em paz.

Conversando com um vidro de esmalte.

— Passa ai, boy magia!
— Como assim?
— Me passa na sua unha!
— Está me estranhando, é?
— Por que?
— Sou homem!
— E dai?
— Daí que homem que é homem não usa esmalte.
— Quem disse?
— Como assim quem disse! 
— É o que estou perguntando. Quem disse que homem que é homem não usa esmalte?
— Como quem disse! Todo homem que é homem sabe.
— E como é que sabe?
— Sabe sabendo ué!
— Sabendo como?
— Sabendo que sabe!
— Não complica, baby, explica! Como é que você sabe que homem que é homem não usa esmalte?
— Ué! Como é que eu sei???
— Isso! Como é que você sabe?
— E que… que… você já viu algum homem usando esmalte?
— V.á.r.i.o.s!
— Aé! Me fala um que eu conheça.
— Quer saber mesmo!
— Vai! Começou… agora fala!
— Seu pai.
— Kkkkkkk… Boa tentativa.
— Não acredita, Baby?
— Não mesmo. Hoje de manhã falei com ele e não vi nada.
— Ele estava de chinelo?
— Não, estava de sapato.
— Então, baby!
— Como assim?
— Ele pinta as unhas dos pés. 
— Meu pai!!!!
— E sua mãe ajuda.
— Minha mãe ajuda!!!
— É… papai magia, Baby! Sai dessa! Evolui. Me passa na sua unha.
— Mas homem que é homem…
— Faz que nem seu pai, começa pintando as unhas dos pés, só você vai ver
— Vamos fazer assim, vou pensar primeiro.
— Pensar no que baby?
— Ué! De que cor vou pintar.
— Aê, Baby, arrasou!

Conversando com um rolo de papel higiênico vazio.

— Não acredito!
— Pode acreditar.
— Não, não, não acredito!
— Pode, pode, pode acreditar.
— Não, não, naaaaaaão acredito!
— Pode, pode, poooooooode acreditar.
— Jesus Cristo!
— Não vai te salvar.
— Minha nossa senhora!
— Essa é misericordiosa, mas não pode entrar no banheiro dos homens.
— Oh meu deus!
— Sabe quantas pessoas no mundo estão passando por essa mesma situação agora e pedindo ajuda de deus. O cara está muito ocupado. Só vai conseguir te atender daqui uma semana, e olhe lá!
— Puta merda!
— Eu que o diga! Tô vendo o tamanho daqui. Você se superou dessa vez. 
— Você tinha que acabar?
— Tudo na vida tem começo meio e fim, não sou exceção.
— Mas bem agora?
— Reclama com o povo que veio antes de você e não fez questão de economizar.
— Muita gente!
— Só hoje de manhã foi uns 10. 
— Se cada um usa-se um pedaço só, tava sobrando.
— E quando foi que você usou um pedaço só?
— Nunca!
— Então!
— Dois pedaços então.
— E quando foi que você usou só dois pedaços?
— Nunca!
— Então!
— Três pedaços então.
— E quando foi que você usou só três pedaços?
— Já entendi.
— Ótimo!
— Mas o que eu faço agora?
— Faz que nem eu!
— Como assim?
— Se vira!

Conversando com um saleiro.

— Sai caralho!
— Não sou uma cueca, sou um saleiro.
— Sai buceta!
— Também não sou calcinha.
— Sai merda!
— Também não sou um cu.
— Sai porra!
— Também não sou um pinto.
— Então, deixa o sal sair! Só um pouco.
— Que tal pedir com gentileza. Gentileza gera gentileza.
— Ok, por favor, faz sair sal.

O sal não sai.

— Tá vendo! Pedi com gentiliza. E agora?
— Tô me sentindo pressionado. Vamos conversar um pouco.
— Eu quero sal, não quero conversar.
— Como foi seu dia? Me conta!
— Foi bom. Quer dizer, estava sendo bom até chegar aqui e encontrar um saleiro discípulo de Freud. 
— Hehehe… Essa foi boa. Tá vendo!
— Tá vendo o que?
— Você falou de outra coisa além do sal.
— Sim, falei, agora faz o sal sair.
— E como é que foi sua infância?
— Fala sério! Minha infância foi igual todo mundo.
— Algum trauma?
— Teve uma vez, na escola, eu devia ter uns seis anos, que… Perai Sigmund! Eu quero colocar sal na batata frita, não quero fazer terapia!
— Tudo bem… prossiga… você tinhas uns 6 anos, e….
— De repente… era 2017
— O que tem em 2017?
— Inventaram o sal de saquinho. Tchau!
— Péra! Isso é recalque!

 

Conversando com uma tupperware.

— Meu nome é “tupperware”.
— Foi o que falei “tapever”.
— Você falou “tapever”. Meu nome é “tupperware”, com som de “u” no final
—”Tapevur”????
— Não! É “tupperware”. O começo tá certo, “tap”. No final faz um biquinho daqueles de tirar selfie e depois abre a boca rápido como um leão rugindo: “ware”.
— “Tape… ruorrrr”… É assim?
— Oh Lord! Acho melhor você me chamar de “tapever” mesmo.
— Onde foi arranjar um nome tão estranho? Por que não escolheu um nome mais fácil como Pindamonhangaba? Até falar liquidificador é mais fácil.
— Meu nome é em inglês.
— Inglês?! Porque não falou antes?! Luque de boi.
— Look the boy!
— Isso! Luque de boi
— Não é boi, é boy.
— Boi.
— Boy.
— Boi.
— Boooooy.
— Boooooi.
— Não é boi, é boooooy. Boy.
— Boi.
— Boi é bicho. Boy é menino.
— E menina?
— Menina é girl.
— Gir.
— Tem um “l”, é girl.
— Gil.
— Tem “l” e “r”, é girl.
— Grill
— Não grill é eletrodoméstico.
— Grill para fazer xis burgui.
— A pronuncia é “cheese burguer”.
— Isso! Igual no Meque Donaldi.
— Essa pronuncia você quase acertou: “Mac Donalds”.
— Sempre passo lá de carro na volta do serviço.
— Vai no Drive Thru?
— Vai você!

© 2024 · Marcelo Ferrari