Olho pela janela do táxi e vejo um ônibus.
Viajo na ideia que a vida é um coletivo de almas. Uns sobem, outros descem, fica cheio, vazio, meio-vazio, meio-cheio. E cada ponto é final e partida.
Raimundos e fundos, Veras e esperas, Ritas e ritos, Dolores e dores, Celestes e Socorros. Todos dividindo o mesmo hálito, espaço e destino.
De repente, um calor clandestino, misto de cumplicidade e ternura, me incendeia o peito.
Olho pela janela do ônibus e vejo um táxi.
Está consumado!