Pajuaba chegou na pista segurando seu longboard.
— Cadê o outro skate? — perguntei.
— Só trouxe esse hoje. Preciso descansar as pernas e o joelho — ele me disse.
Achei estranhíssima a declaração de abstinência, mas respeitei. Pajuaba sentou-se ao lado da miniramp e ficou assistindo meu rolê. Dava para ver o pé do cara coçando dentro do tênis. Quanto mais animado ficava meu rolê, mais Pajuaba se coçava. Até que ele desistiu de resistir e caiu em tentação. Pegou o longboard e começou a andar na miniramp.
Tem gente que é rica de não ter o que fazer com o dinheiro e não tem 1% da felicidade do Pajuaba acertando uma manobra. Seu amor pelo skate é inspirador. Me faz ouvir Tim Maia: “Quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar, se quer amar, se quer amar…”