A religião fala em sete pecados capitais. Espero que esquecimento não seja um deles, pois me esqueci quais são. Mas lembro da professora de catecismo dizendo que o egoísmo é o pai de todos. Só que ela não explicou por quê. Tive que descobrir sozinho. O futebol me ajudou nisso.
Egoísmo em um corpo se chama câncer. É quando uma célula quer jogar sozinha e foda-se o resto dos jogadores (células). Dá tilt na célula e ela se esquece (olha o esquecimento aê!) que é parte do corpo. A célula ganha do corpo, mas como ela é o corpo, no final, perde por ter ganhado.
No futebol, o comportamento egoísta se chama “fominha”. Tem jogador que passa pouco a bola. Tem jogador que passa muito pouco. Tem jogador que não passa a bola. E tem o fominha, que não passa a bola neeeem fudeeeeendo.
Creio que o fominha é bem intencionado. De alguma forma, assim como a célula cancerígena, ele acredita que está fazendo o bem. Só que não está. O bem que o fominha faz a si, faz mal ao time e o mal do time retorna ao fominha com a derrota na partida.
Não tem coisa mais irritante do que jogar no time de um fominha. Você não vê a cor da bola. Se o time tiver dois fominhas, esquece (olha o esquecimento aê), só os dois vão jogar. Você pode sair de campo, ir ao supermercado fazer compras e voltar, os fominhas nem vão perceber.
Outro dia, no grupo de whatsapp do racha, um participante postou um áudio reclamando de um fominha. Só que não disse o nome, se referiu ao fominha como “loirinho que não toca a bola”. Pra que? Virou caça ao fominha. Quem é o loirinho? Até ruivos e morenos entraram na lista dos suspeitos. Imagina o tanto de fominha que não tem no racha!
Ah! Quer saber se já fui fominha? Se fui, não lembro.