Eramos a rotina do cartório. Eramos o lado de dentro:
— Documento!
Pá-pum-próximo!
— Documento!
Pá-pum-próximo!
— Documento!
Haviam exceções, estrangeiros, pessoas que enxergavam alguma novidade invisível na repetição. Pessoas sorridentes, perfumadas, fora da fila.
Enquanto os estrangeiros assinavam a certidão de matrimônio, o escriturário coçava o saco
e olhava o relógio. Para os estrangeiros, aquele era “o dia”. Para o escriturário, era um dia. Mais um que ele se empenhava arduamente em transformar em menos um.