Na praça todo mundo quer
Ser Beatles, celebridade,
Receber os louros
As loiras, a fama
Mas ninguém quer
Arrumar a própria cama
Mas ninguém quer
Arrumar a própria cama
Na praça todo mundo quer
Ser a cinderela
Do pé sem chulé
Onde encaixa o sapato
Mas ninguém quer lavar
O próprio prato
Mas ninguém quer lavar
O próprio prato
Na Praça Narciso
O pão bolorento
Faz o que é preciso
Para aparentar bela viola
E correr atrás do vento
Na Praça Narciso
O sabiá gorjeia
Pensa que a praça é livre
Mas vive engaiolado
Na opinião alheia
Na praça todo mundo quer
Ser poeta
Ser profeta, nhéco-nhéco
Chique-chique, balancê
Mas ninguém quer seguir
O próprio abecê
Mas ninguém quer seguir
O próprio abecê
Na praça todo mundo quer
Ser humildemente o cara
Idolatrado, considerado
Mais cristão que jesus
Mas ninguém quer carregar
A própria cruz
Mas ninguém quer carregar
A própria cruz
Na Praça Narciso
O pão bolorento
Faz o que é preciso
Para aparentar bela viola
E correr atrás do vento
Na Praça Narciso
O sabiá gorjeia
Pensa que a praça é livre
Mas vive engaiolado
Na opinião alheia