Eu passo, pulo
Não engulo
Alheia certeza
Vomito de volta
em cima da sua língua
portuguesa
Oh, fina flor
do ponto final!
Como você foi gerado?
Sexo verbal?
Qual a primeira palavra
que balbuciou?
Hermética?
Antes de dormir,
o que você reza?
Uma oração coordenada
assindética?
Enfia essa erudição
no meio do seu currículo
Vai pentear hipótese
e enxugar versículo
Dono da verdade
Rei do gado
Xerife do atentado
ao pudor
Poupe-me!
Poupe-me!
Poupe-me!
Por favor
Seu narciso é ululante
Você fala do paraíso
como se tivesse atravessado
o Inferno de Dante
Tenha santa paciência!
Até um pernilongo
que desconhece o abecê
tem mais sangue
e experiência
que você