A torneira fechada
o galo rouco
a bunda apagada do vagalume
a janela da sala
o buraco na piscina de areia
a caneta sem tinta
a vela derretida
a música que ainda não começou
a música que já acabou
a falha na memória
a colher raspando o prato
o som do canudinho
sugando a última gota
do refrigerante
o homem flutuando na lua
o sorriso triste
a laranja podre
a estrofe sem rima
a metade vazia
do copo meio cheio
entre outras faltas
são provas irrefutáveis
de que até o ausente
está sempre
presente