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AULAS

AULA 01 | Pedro Fechou a Cara

AULA 01 | Pedro Fechou a Cara

Introdução a poesia, por Marcelo Ferrari Sou escritor. Meu trabalho é escrever, não é dar aula de literatura. Mas como escrevo e compartilho aqui meus poemas com vocês, cabe sim ...
AULA 02 | COMECE PELO FIM

AULA 02 | COMECE PELO FIM

Por que a galinha atravessa a rua? A galinha atravessa a rua para chegar do outro lado. Ou seja, toda manifestação tem um motivo, um propósito, uma finalidade (fim). Escrever ...
AULA 03 | ESCREVA FEIO

AULA 03 | ESCREVA FEIO

O pior erro de todo escritor iniciante de literatura é tentar escrever bonito. Quanto mais o iniciante tenta enfeitar o pavão, mais o texto fica com cara de urubu. O ...
AULA 04 | PENSE ERRADO

AULA 04 | PENSE ERRADO

Assim como a arte de pintar não está em encher o pincel de tinta e pincelar o quadro, pois até um macaco pode fazer isso, a arte de escrever, conhecida ...
AULA 05 | ESCREVA ERRADO

AULA 05 | ESCREVA ERRADO

Escrever errado é sair do significado literal e entrar no significado literário, ou seja, metafórico. Por exemplo, quando eu digo “minha mãe é um leão”, esse significado não é literal, ...
AULA 06 | ELIMINE A GORDURA

AULA 06 | ELIMINE A GORDURA

Poesia não é lugar para palavras gordas. O que são palavras gordas. São aquelas palavras tão amplas de significado que não significam nada. Substantivos abstratos, por exemplo, significa tanta coisa ...
AULA 07 | RITMO DE LEITURA

AULA 07 | RITMO DE LEITURA

Poema tem ritmo de leitura. O principal recurso gráfico que os poetas usam para dar ritmo à leitura de um poema é a quebra de linha. Alguns poetas não usam ...

PERGUNTAS

Se você precisa escrever para sobreviver, se você é um jornalista, por exemplo, busque inspiração ou morrerá de fome. Para buscar inspiração pesquise o assunto. Durante a pesquisa a inspiração virá. Se você não precisa escrever para sobreviver, espere a inspiração chegar. Mas quando chegar, não tenha preguiça, regue a inspiração escrevendo-a. Se naquele momento você não puder escrever tudo que a inspiração está lhe dizendo, pelo menos, tome nota. Depois, com calma e no momento favorável, você pega a anotação e a inspiração voltará. Daí você escreve a inspiração inteira.

Lendo e escrevendo poemas. Simples assim. Leia muitos poemas, de diversos tipos e autores. E, principalmente, escreva muitos poemas. A prática faz a prática.

Procurando! Quem procura, acha. Como procurar? Escrevendo muito, todo dia. Seu estilo irá emergindo naturalmente conforme você for procurando por ele nos textos que estiver escrevendo.

Cada leitor interpreta o que lê dentro do seu repertório de experiências e pensamentos. A interpretação de um leitor não é melhor nem pior que a interpretação dos outros, são diferentes. Mas você pode sim ampliar sua capacidade de interpretação ampliando seu repertório de experiências e pensamentos.

Para ampliar seu repertório de experiência, você deve ter experiências. Por exemplo, para ampliar seu repertório de experiências sobre o casamento você deve se casar e ter experiências vivendo o casamento. E assim por diante, seja lá qual for o assunto no qual quer adquirir experiência.

Para ampliar seu repertório de pensamento, tem dois jeitos. O primeiro é pensar por conta própria. Você escolhe um assunto e começa a pensar sobre o assunto escolhido. O segundo jeito é pegar emprestado pensamentos alheios. Você entra no google e digita o assunto desejado.

Por fim, se por “interpretar melhor” você se refere a ampliar sua competência em interpretar metáforas, o caminho para isso é se tornar um leitor de poemas e praticar o pensamento simbólico.

O melhor jeito de você aprender a fazer isso é tocando músicas já compostas. Conforme você for tocando, você irá entender como os compositores encaixam a letra no ritmo e na melodia das músicas. É bem simples na prática. Se tem interesse nisso, sugiro você aprender a tocar violão.

PERGUNTA COMPLETA: Se a escrita é subjetiva e não há notas, como perceber minha evolução?

Como você faz para perceber que andou 10 metros para frente? Olhando para trás, não é? Você deve fazer o mesmo com sua habilidade de escrever. Olhe para trás, olhe para sua habilidade de ontem e ela irá lhe mostrar se você está evoluindo e o quanto está evoluindo. A prática faz a evolução. E quem dá a nota da sua evolução é você mesmo.

Observe a forma como você se expressa verbalmente. Se você se expressa de forma subjetiva, simbólica, metafórica, analógica, entre outras coisas, provavelmente você leva jeito para escrever poesia. Se você é narrativo, contador de história, objetivo e lógico, provavelmente você leva jeito para escrever prosa.

PERGUNTA COMPLETA: Como utilizar bem as influências na hora de criar sem copiar?

Usando as influência ao invés de ser utilizado por elas. Tudo bem usar influências. É inevitável. Apenas não se escravize a nenhuma delas. E novamente, é a prática que vai te ensinar a usar bem todos os recursos da escrita, inclusive as influências.

O Brasil é um país em que boa parte da população é analfabeta. Entre os alfabetizados, boa parte é de analfabetos funcionais. Entre os alfabetizados capazes de interpretar um texto, a minoria é leitor de literatura. Entre os leitores de literatura, a minoria é leitor de poesia. Faz as contas e me diga o que você acha.

Mas você pode enganar as pessoas fazendo-as consumirem sua poesia sem que elas percebam que é poesia. Letristas de músicas, por exemplo, fazem isso. Uma letra de música é um poema. Você pode produzir vídeos também, etc.

Por fim, posso te dizer que nunca ganhei um centavo com poesia. E que todos os poetas da história que conheço tinham um emprego para ganhar dinheiro e escreviam poemas no tempo livre. Mas isso é minha experiência e a experiência dos poetas do passado, sua experiência pode ser nova e diferente.

Você quer entrar em si ou entrar no outro? Você quer se entender ou quer que o outro te entenda? Qual é sua intenção? Se a sua intenção é se entender, escreva para si mesmo e na sua própria linguagem. Se a sua intenção é que o outro te entenda, escreva para o outro e na linguagem do outro.

PERGUNTA COMPELTA: Como sei se estou sendo original ou copiando?

Não se preocupe com isso. Apenas escreva! Só depois de muito tempo escrevendo você irá encontrar seu estilo e sua originalidade. E isso se você for um escritor que escreve todo dia, aliás, e isso se você for um escritor que escreve muuuuuito todo dia. Então, ao invés de se preocupar se você está sendo original ou copiando, se ocupe de escrever. Escreva muito. Escreva sobre tudo. Escreva como se estivesse sem ar e precisasse escrever para respirar. Ligue o foda-se para todo resto! A prática faz a prática e a autoconsciência.

Técnica sem inspiração é igual a motor sem gasolina. Tem todas as engrenagens para funcionar, mas nada acontece porque não tem fonte de energia. Inspiração sem técnica é igual a gasolina sem motor. Nada acontece também. Tem energia, mas não tem engrenagens para funcionar. O melhor é ter ambos: inspiração e técnica.

Já disse que a literatura se divide basicamente em dois gêneros: prosa e poesia. E disse que cada gênero tem subgêneros. Um dos sub gêneros da prosa é a crônica. Há quem diga que é o mais brasileiro dos gêneros, que é a bossa nova da literatura. Concordo. Adoro escrever crônicas por causa do swing desse gênero e também porque é na crônica que a prosa mais se aproxima da poesia. Há quem diga também que a crônica é um gênero menor na prosa, por tratar de acontecimentos factuais que deixam os textos datados. De fato, muitas crônicas são como memes e isso não acontece com contos e romances. Mas nem todas são assim. E tem crônicas que, embora descrevam acontecimentos passageiros, se eternizam dentro dos leitores.

Nós, seres humanos, para fins didáticos, dividimos tudo em categorias e gêneros. Por exemplo, dividimos a natureza em três categorias: animais, minerais e vegetais. Depois, dividimos essas categorias em gêneros. A categoria animal, por exemplo, é dividida em gênero suíno, equino, bovino, réptil, anfíbio, etc.

O mesmo acontece com a arte. A arte é dividida em categorias como, plástica, cénica, musical, cinematográfica, literatura, etc. Dentro da categoria da literatura existem dois gêneros literários: prosa e poesia. Textos dissertativos e narrativos são considerados textos de prosa. Textos líricos, metafóricos, rítmicos, métricos e rimados são considerados textos de poesia.

Dito isso, vale também entender que poesia e poema não são a mesma coisa. Para fazer uma analogia, a diferença entre poesia e poema é a mesma entre rock e uma música de rock. Rock é um gênero musical, uma música de rock não é o rock, é uma música do gênero do rock. Ou seja, poesia é o gênero literário em si e poema é um texto de gênero poético.

PERGUNTA COMPLETA: Os seis passos do Método Ferrariando são suficientes para desenvolver a habilidade de escrever poemas?

Quando executados repetidamente, sim. Ou seja, não adianta apenas ler os seis passos, você precisa repeti-los milhares de vezes. Sim, eu disse milhares de vezes. A prática faz a prática. Ninguém nasce andando. Ninguém nasce falando. Ninguém nasce tocando piano. E ninguém nasce escrevendo poemas. Toda competência é resultado de muita prática.

Sim, pode. Mas sem prática é impossível. Para executar bem uma atividade, seja qual for, você precisa de competência e para desenvolver competência é preciso praticar. Não é a erudição que faz a prática, é a prática que faz a erudição.

Cada poeta decide como escreve seu poema. Não tem regra. Contudo, até mesmo os poetas que escrevem poemas absurdos, surreais, seguem uma linha lógica de surrealidade. Escrever é transcrever o raciocínio, então, é impossível você fugir de uma linha lógica, mesmo que for uma lógica absurda. Sendo assim, siga a linha lógica que quiser.

PERGUNTA COMPLETA: Como saber qual gênero literário combina melhor para expressar o que quero em tal momento?

O que você quer? Você quer ser explicito e objetivo como uma bula de remédio? Ou você quer ser implícito e subjetivo como um enigma? Se quer ser explicito e objetivo, escreva prosa. Se quer ser implícito e subjetivo, escreva poesia.

Assim como quem é cantor canta tudo, quem é escritor também escreve tudo. O que não significa que escreve tudo bem, sempre com a mesma qualidade. Cada gênero literário requer habilidades específicas assim como cada gênero musical. Poetas tendem a escrever só poemas e prosadores tendem a escrever só prosa devido a empatia e aptidão de cada um por um gênero ou outro. Mas nada impede um poeta de escrever prosa nem um prosador de escrever poesia, basta querer.

Sim, todo ser humano nasce com os aplicativos necessários para adquirir linguagem e se expressar através da linguagem adquirida. Os que fazem isso através da linguagem escrita, são chamados de escritores. Os que fazem isso através da linguagem musical, são chamados de músicos. E assim por diante.

© 2023 · Marcelo Ferrari