Minha primeira estratégia para mudar o mundo foi rir do mundo. Exorcistas usam enxofre, eu usava piadas. Quinze minutos de risada e qualquer cemitério de elefantes virava um pombal.
Usei estratégias sérias: arroz, feijão, bife e macarrão! Abandonei-as quando percebi que eram mágoas
jogando xadrez.
Comecei a tocar violão. Baby, leia na minha camisa! Aprendi a compor canções. Quando percebi que minhas letras tocavam mais que as notas, mudei de instrumento.
Fracassei em tudo. Era muita gente querendo mudar o mesmo mundo que eu. Muitos caciques. Aliás, só tinha caciques.
Decepcionado e rendido, respirei fundo e desisti. Depois respirei de novo, de novo, de novo. E entendi que não tinha a opção “tô fora”. Mudar o mundo era inevitável. Haviam apenas duas opções: peito aberto e peito fechado.
Escolhi peito aberto e nunca mais mudei de estratégia